MANHOSA

Quinta-feira, 06 de Agosto de 2009

Tutankhamon: O Faraó Menino

Era ainda adolescente quando morreu. Último herdeiro de uma poderosa família que governou o Egipto durante séculos, foi sepultado e coberto de ouro, acabando por ser esquecido. Desde a descoberta do seu túmulo, em 1922, que o mundo especula sobre o que lhe sucedeu. Agora, ao deixar o seu túmulo pela primeira vez ao fim de quase 80 anos, Tutankhamon foi submetido a uma TAC que fornece novas pistas sobre a sua vida e morte. Texto de A. R. Williams; Fotografias de Kenneth Garrett

 

Um vento ameaçador provocou redemoinhos poeirentos quando Tutankhamon foi retirado do local onde repousava, no antigo cemitério egípcio conhecido como vale dos Reis. Nuvens de bojo escuro tinham-se deslocado velozmente ao longo do dia pelo céu do deserto e envolviam as estrelas com uma mortalha cinzenta. Eram 18 horas do dia 5 de Janeiro de 2005. Dentro de momentos, a “famosa múmia” iria ser introduzida num aparelho de TAC trazido para o local, a fim de perscrutar os mistérios médicos ainda por resolver relativamente a este pouco conhecido jovem governante morto há mais de 3.300 anos. Durante toda a tarde, turistas provenientes de todos os cantos do mundo tinham feito a habitual fila para descer até ao estreito túmulo talhado na rocha, cerca de oito metros abaixo do solo. Olharam para os murais nas paredes da câmara funerária e espreitaram para o rosto dourado de Tutankhamon, a característica mais evidente da tampa do sarcófago exterior, em forma de múmia. Alguns visitantes consultavam a informação dos guias, em leitura murmurada. Outros, permanecendo de pé, em silêncio, reflectiam provavelmente sobre a morte de Tutankhamon no final da adolescência, ou interrogavam-se com um arrepio sobre se seria realmente verdadeira a maldição do faraó: morte ou desgraça para quem o perturbasse. Ao pôr do sol, o vale foi fechado ao público. Egiptólogos vestidos com calças de ganga e os trabalhadores de longas túnicas e turbantes meteram mãos à obra. Sobrepondo ao troar do ar fresco bombeado para o interior do túmulo instruções e palavras de encorajamento, apressaram--se a amarrar com cordas os dois extremos da tampa do caixão e levantaram-na do sarcófago. Após uma pausa, para colocar as cordas noutra posição, retiraram lentamente do interior uma caixa simples de madeira. Envoltos em pasta de algodão e musselina amarelada, encontravam-se os restos mortais do rei Tutankhamon: rosto sereno com uma cicatriz na face esquerda, tórax proeminente, pernas e braços esqueléticos. Restos humanos escurecidos por acção das resinas derramadas durante os ritos fúnebres. “A múmia está em muito mau estado, devido ao que Carter lhe fez na década de 1920”, explica Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Superior de Antiguidades do Egipto. O arqueólogo britânico Howard Carter descobriu o túmulo de Tutankhamon em 1922. Embora pilhado à pressa na Antiguidade, o túmulo continha ainda aquela que continua a ser a mais rica colecção real egípcia até hoje encontrada e uma parte integrante da lenda do faraó. Os surpreendentes artefactos de ouro causaram sensação à época da descoberta e ainda hoje atraem atenções. Tutankhamon foi igualmente sepultado com objectos de uso quotidiano que pretendia utilizar na vida do Além: jogos de tabuleiro, uma navalha de bronze, roupa interior de linho, caixas com alimentos e vinho.

publicado por Nikas às 11:39

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